PROFESSORAS NEGRAS NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA UFAC: PERCURSOS E DESAFIOS NO ÂMBITO DA DOCÊNCIA

Autores

  • SULAMITA ROSA DA SILVA Universidade Federal do Acre
  • TÂNIA MARA REZENDE MACHADO Universidade Federal do Acre

Palavras-chave:

Mulher. Negra. Professora. Decolonialidade. Trajetórias.

Resumo

A presença de mulheres negras nos espaços públicos é algo que ainda pode ser visto como casos específicos de sucesso escolar. Ser professora e negra, nestes meandros, é ocupar espaços que não lhes é próprio. É mesmo em meio a um lugar marcado pela eurocentrização patriarcal, resistir, persistir e construir legados. Diante desta abordagem, a presente proposta de pesquisa tem como objetivo geral analisar as trajetórias/percursos de professoras negrasnos cursos de formação de professores da Ufac no período de 2018 a 2019, identificando concepções de decolonialidade durante suas travessias e nas organizações curriculares dos planos de ensino de todos os cursos de licenciatura que lecionam, como forma de contribuir para a formação de futuros docentes que visem uma prática educativa de fato crítica e emancipadora. Os procedimentos metodológicos consistirão na técnica snowball, ou cadeia de informantes, em que os próprios participantes indicarão outros sujeitos até atingir um ponto satisfatório das informações. Questionários e entrevistas semiestruturadas descrevendoos perfis socioeconômicos das docentes negras e suas histórias de vida respectivamente, bem como, as análises documentais para estudo dos seus planos de ensino serãorealizados para efetivação deste estudo. Como referencial teórico, nos respaldaremos em autores como: Boaventura de Sousa Santos (2009), Costa e Grosfoguel (2016), Carneiro (2003), Costa (1995), Crenshaw (2002), Dubet (2001), Euclides (2017), Guimarães (1999), Hooks (1981),Quijano (2009),Ribeiro (2017, 2018), Scott (1995) entre outros, que subsidiarão as reflexões teóricas aqui levantadas. O presente estudo ainda está em construção, cujas contribuições esperamos que possam ser de suma significância para o combate de práticas sexistas, racistas e estereotipadas na academia.

Referências

CARNEIRO, Sueli. "Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero". In: ASHOKA EMPREENDIMENTOS SOCIAIS; TAKANO CIDADANIA (Orgs.). Racismos contemporâneos, Rio de Janeiro: Takano Editora, 2003.

COLLINS, Patrícia Hill. Comentáriosobre o artigo de Hekman “Truth and Method: feminist standpoint theory revisited”. Onde está o poder ?Signs, v.22, 1997. [ Tradução de Juliana Borges]

COSTA, Joaze Bernardino. GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e perspectiva negra. Revista Sociedade e Estado, Brasília, 2016.

COSTA, Marisa Cristina Vorraber. Trabalho docente e profissionalismo, Porto Alegre: Sulina, 1995.

CRENSHAW. Kimberle. A Intersecionalidade na Discriminação de Raça e Gênero. Universidade Federal de Santa Catarina, Revista Estudos feministas, 2002.

DUBET, François. As desigualdades multiplicadas. As desigualdades multiplicadas, Rev. Bras. Educ.[online], Rio de Janeiro, 2001.

EUCLIDES, Maria Simone. Mulheres negras, doutoras, teóricas e professoras universitárias: desafios e conquistas, Tese (doutorado), Universidade Federal do Ceará, 2017.

GASTALDO, Denise. Pesquisador/a desconstruído/a e influente? Desafios da articulação teoria-metodologia nos estudos pós-críticos. 2 ed. Belo Horizonte: Mazza edições, 2014.

GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. Racismo e Anti Racismo no Brasil, São Paulo: Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo; ed. 34, 1999.

HOOKS, Bell. Não sou eu uma mulher: mulheres negras e feminismo. 1ª ed. 1981. Tradução livre para a Plataforma Gueto, 2014.

LAHIRE, Bernard. Sucesso Escolar nos Meios Populares, São Paulo: Ática, 1997.

MIRZA, Heidi Safia. Black British Feminism: A Reader, London: Routledge. 1997.

MUNANGA, Kabengele.Uma abordagem conceitual das noções de raca, racismo,

identidade e etnia, 3º Seminário Nacional Relações Raciais e Educação-PENESB-RJ, 2003.

NOGUEIRA, Maria Alice. Bourdieu e a Educação, Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

PARAÍSO, Marlucy; MEYER, DagmaEstermann. Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação. In: PARAÍSO, Marlucy Alves. Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação e currículo: trajetórias, pressupostos, procedimentos e estratégias analíticas, Belo Horizonte, Mazza Edições, 2014.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte, Editora Letramento, 2017.

SANTOS, Boaventura de Souza; MENEZES, Maria Paula. Epistemologias do Sul. Biblioteca Nacional de Portugal, Coimbra, 2009.

SANTOS, Boaventura de Souza; MENEZES, Maria Paula. Epistemologias do Sul. In: QUIJANO, Anibal. Colonialidade do Poder e Classificação Social, Biblioteca Nacional de Portugal. Coimbra, 2009.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1995.

Downloads

Publicado

2019-07-01

Como Citar

DA SILVA, S. R., & MACHADO, T. M. R. (2019). PROFESSORAS NEGRAS NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA UFAC: PERCURSOS E DESAFIOS NO ÂMBITO DA DOCÊNCIA. Revista Em Favor De Igualdade Racial, 2(2), 92–105. Recuperado de https://teste-periodicos.ufac.br/index.php/RFIR/article/view/2643