“EVA VIU A UVA?” PENSANDO O FRACASSO ESCOLAR E O EDUCAR PARA A LIBERDADE

Autores

  • Viviane Martins Vital Ferraz Universidade Federal de Santa Maria
  • Fernanda Monteiro Rigue Universidade Federal de Santa Maria
  • Rosane Carneiro Sarturi Universidade Federal de Santa Maria

Palavras-chave:

Fracasso escolar, Educação formal, Políticas públicas educacionais.

Resumo

Este artigo tem por objetivo compreender como o educar para liberdade está entrelaçado ao direito à educação e ao enfrentamento do fracasso escolar, a partir da consolidação de uma política pública de alfabetização pautada pela educação integral. Educar para liberdade, educação integral e auto(trans)formação são pontos de destaque do estudo, os quais tensionam o tema e alargam a compreensão sobre o tema alfabetização. Para tanto, desenvolve-se uma revisão bibliográfica, de abordagem qualitativa, envolvendo os seguintes referenciais: Fernández (2001), Freire (2005), Soares (2002; 2016), Piaget (1977) e Gadotti (2006). Resulta dessa revisão a concepção de que a compreensão do fracasso escolar é derivada de noções presentes em técnicas e estratégias que fazem parte da educação escolar formal, muitas vezes desconexas das condições e das complexidades que estão no entorno do processo de desenvolvimento da criança. Ao passo que é preciso fortalecer a noção de uma educação significativa para além de uma leitura da expressão “Eva viu a Uva”. É preciso pensar educação como processo de descoberta autônoma, como leitura de mundo complexa, histórica e problematizadora, principalmente na fase da alfabetização.

Biografia do Autor

Viviane Martins Vital Ferraz, Universidade Federal de Santa Maria

Pedagoga pela Universidade Castelo branco (UCB/2002); especialista em Psicopedagogia e Orientação Educacional pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ/2007); especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade São José (FSJ/RJ);  mestra em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atualmente é doutoranda pelo (PPGE/UFSM) desde 2017. É pesquisadora associada ao grupo de pesquisa Elos (UFSM), com enfoque nas temáticas: currículo, políticas públicas, formação de professores, práticas escolares, psicogênese, violências e direitos humanos. Atuou como docente em todos níveis da Educação: da educação infantil a pós-graduação, em instituições públicas e privadas.  E-mail: vivi.mvferraz@gmail.com

Fernanda Monteiro Rigue, Universidade Federal de Santa Maria

Doutora (2020) e Mestra (2017) em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Licenciada em Química pelo Instituto Federal Farroupilha - Campus São Vicente do Sul (2015). Consultora e formadora na Empresa Aura Assessoria Educacional e Institucional e Concatto Consultoria Empresarial. É membro do Grupo de Estudos e Pesquisa Fiandar/UFSM (Ciências Humanas e Educação), UIVO: matilha de estudos em criação, arte e vida (Lingüística, Letras e Artes; Artes) e do Grupo de Pesquisa FILJEM (Filosofia, Cultura e Educação). Nos últimos 10 anos tem tido interesse nos seguintes temas: Formação docente, Educação-Ensino de Ciências-Química no Brasil e Historicidade da Educação-Ciências/Química.

Rosane Carneiro Sarturi, Universidade Federal de Santa Maria

Pedagoga pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Imaculada Conceição (1984); especialista em Currículo por Atividades (1986); especialista em  Orientação Educacional (1991); mestra em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria (1999) e Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2003). Pós-doutorado em Políticas Públicas na Universidade de Valência - Faculdade de Filosofia e Ciência da Educação como bolsista CAPES/Fundação Carolina (2010-2011). É professora Associada IV da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),  no Departamento de Administração Escolar.  É professora e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Centro de Educação da UFSM, na Linha de Pesquisa  Práticas Escolares e Políticas Públicas. É Líder do Grupo de Pesquisa ELOS, que abarca investigações do campo curricular, perpassado pelas políticas públicas e práticas educativas. Participante do Grupo de Pesquisa de Formação de Professores para o Mercosul/Conesul, vinculado à UFRGS. Coordenadora do Subprojeto PIBID na área de Pedagogia na UFSM. E-mail:rcsarturi@gmail.com

 

Referências

REFERÊNCIAS:

[1] GULLINO, Daniel. Alfabetização e ensino domiciliar são metas do governo na Educação nos 100 primeiros dias. O Globo Educação. 2019. Disponível em: < https://m-oglobo-globo-com.cdn.ampproject.org/v/s/m.oglobo.globo.com/sociedade/educacao/alfabetizacao-ensino-domiciliar-sao-metas-do-governo-na-educacao-nos-100-primeiros-dias-23396321?versao=amp&usqp=mq331AQCCAA%3D&fbclid=IwAR2EbGSsmua31POvduIl27Qti6Wh4BQlIKQXiUSrBRg6M7lNraTIQzpY0Ac&amp_js_v=0.1#referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com&amp_tf=Fonte%3A%20%251%24s&ampshare=https%3A%2F%2Foglobo.globo.com%2Fsociedade%2Feducacao%2Falfabetizacao-ensino-domiciliar-sao-metas-do-governo-na-educacao-nos-100-primeiros-dias-23396321>. Acesso em: 26 jan. 2019.

[2] SALDAÑA, Paulo. Decreto de alfabetização mantém foco em método fônico: secretário de alfabetização reverteu mudanças que haviam sido feitas no texto. Folha de São Paulo. 2019. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/04/decreto-de-alfabetizacao-mantem-foco-em-metodo-fonico-criticado-por-especialistas.shtml>. Acesso em: 05 maio. 2019.
[3] BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 22 dez. 2019.
[4] BRASIL. Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019. Institui a Política Nacional de Alfabetização. 2019a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9765.htm>. Acesso em 29 mar. 2019.

[5] BRASIL. Ministério da Educação. PNA Política Nacional de Alfabetização. Secretaria de Alfabetização. Brasília : MEC, SEALF, 2019.

[6] GADOTTI, Moacir. História das Ideias Pedagógicas. 8. ed. São Paulo: Ática, 2006.

[7] RIGUE, Fernanda Monteiro. Uma Genealogia do Ensino de Química no Brasil. 2017. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2017. Disponível em: < https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/13153/DIS_PPGEDUCACAO_2017_RIGUE_FERNANDA.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 20 nov. 2019.
[8] FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 46. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
[9] GALVÃO, Isabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 14. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
[10] BANCO MUNDIAL. Aprendizagem para todos. Estratégia 2020 para a Educação do Grupo Banco Mundial. Resumo Executivo. Washington, 2011. Disponível em:< http://siteresources.worldbank.org/EDUCATION/Resources/ESSU/463292-1306181142935/Portguese_Exec_Summary_ESS2020_FINAL.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2018.
[11] BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 de jun. 2014.
[9] BANCO MUNDIAL. Relatório Anual 2017. Disponível em: < https://openknowledge.worldbank.org/bitstream/handle/10986/27986/211119PT.pdf?sequence=9&isAllowed=y>. Acesso em: 21 nov. 2018.

[10] ORGANIZAÇÃO DE COOPERAÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO (OCDE). Resultado do PISA 2015. 2016. Disponível em: < https://www.oecd.org/pisa/PISA-2015-Brazil-PRT.pdf>. Acesso em: 25 jan.2019.

[11] COLLARES, Solange Aparecida de Oliveira; NASCIMENTO, Maria Isabel Moura. Cartilhas: métodos de leituras, cartilhas escolares. Navegando na História da educação – Glossário. HISTEDBR. 1986-2006. Campinas: UNICAMP, Faculdade de Educação, 2016. Disponível em: <http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/c.html>. Acesso em: 29 mar. 2019.

[12] FAILLA, Zoara (Org). Retratos da leitura no Brasil. Rio de Janeiro: Sextante, 2016. Disponível em: < http://prolivro.org.br/home/images/2016/RetratosDaLeitura2016_LIVRO_EM_PDF_FINAL_COM_CAPA.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2020.

[13] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2017-2018. Rio de janeiro, 2018. Disponível em: < https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101657_informativo.pdf>. Acesso em: 13 jan. 2020.

[14] BRASIL. Lei n. 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1996.

[15] BRASIL. Lei n. 11.114, de 16 de maio de 2005. Altera os arts. 6º, 30, 32 e 87 da Lei nº 9.393, de 20 de dezembro de 1996, com o objetivo de tornar obrigatório o início do ensino fundamental aos seis anos de idade. Diário Oficial da União. Brasília, 2005.

[16] BRASIL. Lei n. 12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2013.

[17] SOARES, MAGDA. “O problema não é o método de alfabetização, é alfabetizar sem método”: Entrevista com Magda Soares. Cadernos Cenpec, São Paulo, v.6, n.1, p.143-164. Jan./jun. 2016. Disponível em:< file:///C:/Users/Administrador/Downloads/355-657-1-PB.pdf. Acesso em: 21 mar. 2019.

[18] INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). IDEB Resultados e Metas – 2017. 2018b. Disponível em: < http://ideb.inep.gov.br/resultado/resultado/resultadoBrasil.seam?cid=340179>. Acesso em: 25.Jan.2019.

[19] INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Resumo técnico: Resultados do índice de desenvolvimento da educação básica. Disponível em: < http://download.inep.gov.br/educacao_basica/portal_ideb/planilhas_para_download/2017/ResumoTecnico_Ideb_2005-2017.pdf >. Acesso em: 25 jan. 2019.

[20] BANCO MUNDIAL. Achieving World Class Education in Brazil: The Next Agenda. 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7290-achieving-world-pdf&category_slug=dezembro-2010-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 21 nov. 2018.

[21] ORGANIZAÇÃO DE COOPERAÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO (OCDE). Education a Glance (EaG) 2019: OECD INDICATORS OECD Publishing, Paris. 2019. Disponível em: < http://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/eag/documentos/2019/EAG_2019_OCDE.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2020.

[22] FERNÁNDEZ, Alícia. Os idiomas do aprendente: análise de modalidades de ensinantes em famílias, escolas e meios de comunicação. São Paulo: Artes Médicas, 2001.

[23] SOARES, Magda. Linguagem e Escola: uma perspectiva social. São Paulo: Ática, 2002.

[24] PIAGET, Jean. O juízo moral na criança. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
[25] FERRAZ, Viviane Martins Vital. A relação pedagógica em sala de aula: um estudo sobre o fracasso escolar e a construção da autonomia. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal de Santa Maria, 2010. Disponível em: < https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/6946/FERRAZ,%20VIVIANE%20MARTINS%20VITAL.pdf?sequence=1>. Acesso em: 20 jan. 2019.
[27] ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Declaração Universal Dos Direitos Humanos (DUDH). 1946. Disponível em: < https://www.ohchr.org/EN/UDHR/Pages/Language.aspx?LangID=por>. Acesso em: 21 nov. 2018.
[28] HEINZ, Celso Ilgo e Toniolo, Joze Medianeira dos Santos de Andrade (Orgs). Dialogus: círculos dialógicos, humanização e auto(trans)formação de professores. São Leopoldo: Oikos, 2015.

[29] ARROYO, Miguel. Fracasso/Sucesso: um pesadelo que perturba nossos sonhos. Revista Em Aberto. Brasília, vol.7, n.71, p.33-40, Jan. 2000. Disponível em:< http://rbep.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/2100/2069>. Acesso em: 21 nov.2018.

Downloads

Publicado

2021-06-29

Como Citar

Martins Vital Ferraz, V., Monteiro Rigue, F., & Carneiro Sarturi, R. (2021). “EVA VIU A UVA?” PENSANDO O FRACASSO ESCOLAR E O EDUCAR PARA A LIBERDADE. South American Journal of Basic Education, Technical and Technological , 8(1), 520–544. Recuperado de https://teste-periodicos.ufac.br/index.php/SAJEBTT/article/view/4211

Edição

Seção

Ciências Humanas