QUE BELO! NOTAS SOBRE A RESSIGNIFICAÇÃO DA FOTOGRAFIA DE CATÁSTROFE

Autores

  • Giselle Xavier d'Avila Lucena Universidade Federal do Acre
  • Polyana Inácio Rezende Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Resumo

Quando notícias e imagens de guerra circularam o mundo, poderia-se acreditar que tais fotografias teriam algum efeito social à favor da paz ou estimulariam determinada repulsa à guerra (SONTAG, 2003). Imagens que registram momentos de dor, sofrimento e violência parecem ainda possuir lugar privilegiado por mobilizar pessoas, visibilizar dramas, evocar posicionamentos políticos e sociais. Aqui, o objeto deste tipo fotografia é a maior cheia do Rio Acre, no Estado do Acre, vivida no primeiro semestre de 2015, quando o nível do rio chegou a 18 metros e afetou mais de 130 mil pessoas. A enchente alterou todo o funcionamento do estado ao fechar supermercados, escolas, agência dos Correios, prejudicar o abastecimento de água potável e de energia. Dezenas de fotografias eram compartilhadas diariamente nas redes sociais na internet. Neste trabalho, consideramos que as fotografias selecionadas resultam de uma cobertura ou trabalho de registro - documental/jornalístico - de uma das maiores calamidades vividas no Acre. Localizadas no Facebook, focamos nas interações em torno de tais imagens, ou seja, nos comentários e expressões dos usuários da rede social. Estranhar o trágico que, simultaneamente, é belo, na fotografia, não é algo novo. Estes aspectos revelam nuances documentais que, segundo André Rouillé (2009), dizem de uma "magia do verdadeiro", de "enunciados de verdade". Identifica-se manifestações de vislumbre, evidenciando imagens que parecem deslocar o olhar do observadores para um esquecimento do que têm diante de si.

Biografia do Autor

Giselle Xavier d'Avila Lucena, Universidade Federal do Acre

Professora auxiliar da Universidade Federal do Acre. Mestre em Comunicação Social - Interações Midiáticas (PUC Minas). Especialista em Produção e Crítica Cultural (IEC/PUC Minas); Graduada em Comunicação Social/Jornalismo (UFAC).Tem experiências na área de Comunicação, atuando principalmente nos temas: redes sociais na internet, e interações midiatizadas, identidade, memória, política cultural e diversidade cultural.

Polyana Inácio Rezende, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Doutoranda em Comunicação Social, pelo PPGCOM/UFMG, pesquisadora vinculada ao NucCom/UFMG. Mestre em Comunicação e Interações Midiatizadas pela PUC Minas.

Referências

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Publicado

2016-12-19

Como Citar

Lucena, G. X. d’Avila, & Rezende, P. I. (2016). QUE BELO! NOTAS SOBRE A RESSIGNIFICAÇÃO DA FOTOGRAFIA DE CATÁSTROFE. TROPOS: COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA (ISSN: 2358-212X), 5(2). Recuperado de https://teste-periodicos.ufac.br/index.php/tropos/article/view/499

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Artigos