VAMOS EM BORA: O FUNCIONAMENTO DA GRAFIA HIPERSEGMENTADA DE EMBORA EM TEXTOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II

O FUNCIONAMENTO DA GRAFIA HIPERSEGMENTADA DE EMBORA EM TEXTOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II

Authors

  • Roberta Pereira Fiel Universidades Estadual Paulista - UNESP

Keywords:

Hipersegmentação; Relação fala/escrita; Ensino Fundamental II.

Abstract

This article analyzes the syntactic, morphosemantic and prosodic functioning of hypersegmentation “em bora”, collected from texts written by students who attended the last four years of middle school in a public school in the city of São José do Rio Preto, Brazil. The analysis was based on the diachronic and synchronic functioning of the item and on the prosodic organization of the language. It was identified 12 occurrences of hypersegmentation “em bora”, which show an adverbial functioning in 100% of the data and always occur in the context of the movement verb (“ir”) + “em bora”. Regarding the prosodic characteristics, it was observed that the prosodic configuration of the word, “embora”, may have influenced the identification of words in the language, such as the preposition “em” and the word “bora”. These results show the circulation of the student through oral/spoken and literate/ written practices.

References

ABAURRE, M. B. M. 1989. Hipóteses iniciais de escrita: evidências da percepção, pela criança, de unidades rítmico/ entonacionais na fala. In: IV Encontro Nacional da ANPOLL, 1989, Recife. Anais do IV Encontro Nacional da ANPOLL. Recife: UFPE, p. 751-764
_________. 1991. A relevância dos critérios prosódicos e semânticos na elaboração de hipóteses sobre segmentação na escrita inicial. Boletim da Abralin, Campinas, v. 11, p. 203-17.
ALI, M. S. 1964. Gramática histórica da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Melhoramentos.
BISOL, L. 1996. Constituintes prosódicos. In: ___. Introdução a estudos de fonologia do português brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, p. 247-261.
BRASIL. 1997. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. Brasília.
CÂMARA J. M. 1979. História e estrutura da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Padrão.
CAPRISTANO, C. C. 2007a. Aspectos de segmentação na escrita infantil. São Paulo: Martins Fontes.
______. 2007 b. Mudanças na trajetória da criança em direção à palavra escrita. 252 f.
Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade
Estadual de Campinas.
______. 2004. A propósito da escrita infantil: uma reflexão sobre as segmentações não-convencionais. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 39 nº 3, p. 245-260.
CHACON, L. 2004. Constituintes prosódicos e letramento em segmentações não-convencionais. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 39, n. 3, , p. 223-232.
______. 2005. Hipersegmentações na escrita infantil: entrelaçamento de práticas de oralidade e de letramento. Estudos Linguísticos, Campinas, v. 34, p. 77-86.
______. 2006. Prosódia e letramento em hipersegmentações: reflexões sobre a aquisição da noção de palavra. In: CORRÊA. M. L. G. (org.) Ensino de língua: representação e letramento. Campinas: Mercado de Letras, p. 155-167.
CORRÊA, M. L. G. 1997. O modo heterogêneo de constituição da escrita. 1997. 434f. Tese de Doutorado. Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp.
______. 2004. O modo heterogêneo de constituição da escrita. São Paulo: Martins Fontes.
COUTINHO, I. L. 1967. Pontos de gramática histórica. 6. ed. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica.
CUNHA, A. P. N. 2004. A hipo e a hipersegmentação nos dados de aquisição da escrita: um estudo sobre a influência da prosódia. Dissertação de Mestrado, UFPel, Pelotas.
______. 2010. As segmentações não convencionais da escrita inicial: uma discussão sobre o ritmo linguístico do português brasileiro e europeu. Tese de Doutorado, UFPel, Pelotas.
Dicionário Michaelis. Disponível em http://michaelis.uol.com.br/. Acesso em: 11 de abril de 2015.
FELÍCIO, C. P. 2008. A gramaticalização da concessiva embora. 180 f. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto.
FERREIRA, A. B. H. 1986. Novo dicionário da língua portuguesa. 2. ed. Rev. e aum. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
FIEL, R. P. 2018. Estudo longitudinal de hipossegmentações em textos do ensino fundamental II. 125 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto.
LOPES, C. R. S. 2004. A gramaticalização de a gente em português em tempo real de longa e de curta duração: retenção e mudança na especificação dos traços intrínsecos”. Fórum Linguístico, v. 4, nº1. Florianópolis, p. 47-80.
ROMAINE, S. 1982. Socio-historical linguistics. Cambridge: CUP.
SILVA, L. M. 2014. Um estudo longitudinal das hipersegmentações de palavras escritas nos anos finais do Ensino Fundamental. 171f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto.
TENANI, L. 2011. A segmentação não-convencional de palavras em textos do ciclo II do ensino fundamental. Revista da Associação Brasileira de Linguística, v. 10, n.2, p. 91-119.
______. 2010. A grafia dos erros de segmentação não-convencional de palavras. Cadernos de Educação (UFPel), v. 35, p. 247-269.
______. 2016. Prosódia e escrita: uma análise a partir de (hiper) segmentações de palavra. 213 f. Tese (Livre-docência) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto.
______. 2015. Banco de dados de escrita do Ensino Fundamental II. FAPESP/UNESP. Disponível em: <http://www.convenios.grupogbd.com/redacoes/Login> Acesso em 10 jan. 2019.

Published

2020-12-29