PEDAGOGIAS CULTURAIS:

FEMINILIDADES DE THEREZA NA SÉRIE COISA MAIS LINDA

Autores

  • Rizia Ferrelli Loures Loyola Franco Universidade Estadual de Maringá, Departamento de História, professora de História e Artes, Maringá, Paraná, Brasil https://orcid.org/0000-0003-2981-2910
  • Geiva Carolina Calsa Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências Humanas Letras e Artes, Departamento de Teoria e Prática da Educação, Maringá, Paraná, Brasil https://orcid.org/0000-0003-2581-2948

DOI:

https://doi.org/10.29327/268346.6.13-15

Palavras-chave:

artefatos culturais midiáticos; pedagogias culturais; feminilidades.

Resumo

As pedagogias culturais sobre as feminilidades circuladas nos artefatos culturais midiáticos (re)produzem estereótipos de feminino como alternativas de feminilidades diante das mudanças sóciohistóricas nas configurações entre gênero, classe social e sexualidade. Este artigo, fundamentado no Estudos Culturais e nos Estudos de Gênero, objetivou analisar as pedagogias culturais sobre as feminilidades da protagonista Thereza na primeira temporada da série brasileira Coisa mais Linda (2019) veiculada pelo serviço de streaming Netflix. A pesquisa foi delineada como documental com auxílio do método de Análise de Conteúdo. A partir da análise sobre as pedagogias culturais nas falas da protagonista foram ampliadas suas feminilidades entre estereótipos e resistências. A busca de Thereza por autonomia intelectual, financeira, afetiva e sexual foi expresso pelo trabalho remunerado fora de casa e a procura por prazer. Evidenciou-se as conquistas e lutas travadas por direitos civis e sociais, que em outras circunstâncias, objetivam a submissão aos homens. Os resultados constatam, portanto, que essas feminilidades convergem para a sororidade e o empoderamento das mulheres que preconizam transformações tanto em práticas individuais quanto coletivas e políticas para vivenciar, experimentar e visibilizar formas de ser mulher, mas que a autonomia ainda não é plena pela dependência amorosa de outro indivíduo para sua realização pessoal e social.

Palavras-chave: artefatos culturais midiáticos; pedagogias culturais; feminilidades.

Referências

ALMEIDA, H. B. Educação do corpo: o seriado Mulher e a promoção de mensagens médicas. Revista Estudos Feministas, UFSC, Florianópolis, v. 25, n.1, 2017. p.315-335. Disponível em: < https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/30652>. Acesso em: 07 mar.2022.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

BEAUVOIR, S. de. A convidada. Tradução de Víttor Ramos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1949.

BRISOLLA, M. R. S. De menina a mulher: imagens publicitárias, representações e pedagogias culturais. 258f. Tese (Doutorado em Arte), Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2019.

CASTELLANO, M.; MEIMARIDIS, M. “Mulheres difíceis”: A anti-heroína na ficção seriada televisiva americana. Revista Famecos, UFRGS, Porto Algre, v. 25, n. 1, jan.-abr. 2018. p.1-23. Disponível em: < https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/27007/16243> Acesso em: 07 mar.2022.

COISA mais linda. Produção: Beto Gauss. Francesco Civita. Direção: Caito Ortiz, Hugo Prata, Julia Rezende. Brasil: Netflix, 2019. online, son., color, primeira temporada.

DANTAS, S. G. Geração femininas em (re)construção: o discurso da série televisiva 3 Teresas. 330 f. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação), Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.

DE CARLI, A. M. S. O corpo no cinema: variações do feminino. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica), Pontifícia Universidade Católica, PUC, São Paulo, 2007.

DELAPLACE, A. J. Entre espelhos partidos: significações da femme fatale em três filmes estrelados por Rita Hayworth na década de 40. 132 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais), Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, Guarulhos, 2015.

ESCOSTEGUY, A. C. D. Apontamentos sobre a formação de uma crítica feminista de mídia no Brasil. In: BIANCHI, G.; WOITOWICZ, K. J.; ROCHA, P. M. (org.). Gênero, mídia & lutas sociais: percepções críticas e experiências emancipatórias. Ponta Grossa: Ed. UEPG, 2018.p.11-27.

FRIEDAN, B. A mística feminina. Petrópolis: Vozes, 1971.

FRIEDERICHS, M. C. Quanto mais quente melhor: corpos femininos nas telas do cinema. 207 f. Tese (Doutorado em Educação), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.

FRIEDRICH, F. Uma série de mulheres engraçadas: as protagonistas das sitcom em 70 anos de mudanças dentro e fora das telas. Rio de Janeiro: Gramma, 2018.

FURQUIM, F. As maravilhosas mulheres das séries de TV. São Paulo: Panda Books, 2008.

GIROUX, H. A. Praticando estudos culturais nas faculdades de educação. In: SILVA, Tomaz T. (org.). Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. Petrópolis: Vozes, 1995. p.85-103.

GONÇALVES, L. A. O. Preconceitos, estereótipos e resistências do dia-a-dia. In: GARCIA, R. L; ZACCUR, E. (org.). Cotidiano e diferentes saberes. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. p.131-150.

HOLLANDA, H. B. de. Explosão feminista: arte, cultura, política e universidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

LAHNI, C. R.; AUAD, D. Feminismos e direito à comunicação: lésbicas, bissexuais e transexuais em série. Laplage em Revista, Sorocaba, v.4, n.1, jan. abr., 2018. p.92-108.

LAHNI, C. R.; DORNELLAS, R. C.; AUAD, D. Lésbicas, bissexuais, transexuais e negras na prisão: direito à comunicação e feminismo interseccional, em uma análise de Orange is the new black. In: Seminário internacional fazendo gênero, 11., 2017, Florianópolis, Anais do Seminário internacional fazendo gênero. Florianópolis: UFSC, 2017.

LEAL, T. A invenção da sororidade: sentimentos morais, feminismo e mídia. 261f. Tese (doutorado em Comunicação), Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola da Comunicação, Rio de Janeiro, 2019.

LOURO, G. L. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

McCRACKEN, G. Cultura & consumo II: mercados, significados e gerenciamento de marcas. Tradução de Ana Carolina Balthazar. São Paulo: Mauad, 2012.

MESSA, M. As mulheres só querem ser salvas: Sex and the city e o pós-femi¬nismo. 138 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação), Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.

MOUTINHO, M. R.; VALENÇA, M. T. A moda no século XX. Rio de Janeiro: Senac, 2000.

MULVEY, L. Prazer visual e cinema narrativo (1975). In: XAVIER, I. (org.). A experiência do cinema. 4. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal Embrafilme, 1983.

PINTO, C. R. J. Uma história do feminismo no Brasil. Editora Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2003.

RAMOS, D. G. Entregêneros: representações do feminino na teledramaturgia brasileira. Tese (Doutorado em Meios e Processos Audiovisuais). 334 f. Universidade de São Paulo, Escola de Comunicação e Artes, São Paulo, 2016.

RÍOS, M. L y del los. El feminismo en mi vida: hitos, claves, y topías. Cidade do México: Instituto de las mujeres del Distrito Federal, 2012. Disponível em:. Acesso em: 15 jul. 2020.

ROSSI, T. C. Feminilidades e suas imagens em mídias digitais: questões para pensar gênero e visibilidade no século XX. Tempo Social, São Paulo, v. 29, 2017. p. 235-255. Disponível em:< https://www.scielo.br/j/ts/a/K6YDWkysX5FBBR9Q9rPXWJM/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 07 mar. 2022.

SÁ, C. F. de. A mulher na ordem do dia: estudo de temas em Malu Mulher (1979/80) e Mulher (1998/1999). 239 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Interdisciplinares sobre mulheres, gênero e feminismo), Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre mulheres, gênero e feminismo, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, FFCH/UFBA, Salvador, 2011.

SCOTT, J. O gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, Porto Alegre, v.20, n.2, jul./dez. 1995. p.71-99. Disponível em:< https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/185058/mod_resource/content/2/G%C3%AAnero-Joan%20Scott.pdf>. Acesso em: 07 mar. 2022.

STEINBERG, S. R. Kindercultura: a construção da infância pelas grandes corporações. In: SILVA, L. H. da; AZEVEDO, J. C. de; SANTOS, E. S. dos (org.). Identidade social e a construção do conhecimento. Porto Alegre: SMED, 1997. p.98-145.

Downloads

Publicado

2022-08-04

Como Citar

FRANCO, Rizia Ferrelli Loures Loyola; CAROLINA CALSA, Geiva. PEDAGOGIAS CULTURAIS: : FEMINILIDADES DE THEREZA NA SÉRIE COISA MAIS LINDA. Communitas, [S. l.], v. 6, n. 13, p. 195–208, 2022. DOI: 10.29327/268346.6.13-15. Disponível em: https://teste-periodicos.ufac.br/index.php/communitas/article/view/6011. Acesso em: 27 dez. 2024.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.